Os legionários Dado e Bonfá fazem show com convidados em Brasília no Festival Porão do Rock 2009

A Legião e convidados

Legião Urbana renasce no Porão do Rock

Estava anunciada como surpresa. A minutos de entrar, um cara falou "você está brincando comigo" quando o outro lhe disse que ia entrar a Legião Urbana. No telão apareceram imagens da banda, declarações de Renato Russo, Dado Villa Lobos e Marcelo Bonfá, trechos de clipes, de shows, o noticiário da morte de Renato e de sua cremação. Quando acabou, entraram Dado e Marcelo apoiados por músicos uruguaios e a introdução de "Tempo perdido" arrancou urros da multidão de mais de 35 mil pessoas que ocupava parte da Esplanada dos Ministérios para o segundo dia do festival Porão do Rock, inteiramente dedicado ao rock de Brasília.

O vocalista da banda local Móveis Coloniais de Acaju cantou "Tempo perdido". A seguinte foi "Quase sem querer" cantada por Sebastian Teysera, vocalista da banda uruguaia La Vela Puerca, seguido de "Eu sei" com Toni Platão. Bonfá cantou "Pais e filhos" pedindo ajuda da platéia, apelo desnecessário porque todo mundo já estava cantando. Numa rápida entrevista depois do show, Dado definiu o show de 40 minutos como uma "catarse coletiva". Os Paralamas do Sucesso entraram para cantar "Ainda é cedo", com direito a um duelo de solos entre Dado e Herbert Vianna. No final, Dado puxou "Gimme shelter," dos Rolling Stones, que Renato sempre misturava nesta canção. No centro do palco, um microfone com uma rosa branca simbolizou a presença de Renato Russo e ninguém cantou nele.

Dado Villa-Lobos

O uruguaio Juan Villanova, da banda Los Traidores, cantou "Será" e Philippe Seabra, da Plebe Rude, com sua inseparável Les Paul, levou a galera ao delírio máximo com "Geração Coca Cola", hino maior da geração dos 80 contra a ditadura militar. Para fechar, "Que país é esse", com todo mundo pulando e berrando na platéia e todos os cantores no palco. Apareceu até Loro Jones, guitarrista da formação inicial do Capital Inicial, fora da banda desde 2002, o que acabou minorando a ausência do Capital (fontes do festival disseram que eles pediram alto demais). Dado Villa Lobos não pensa como eles. Na coletiva, ele disse que ele e Bonfá não podiam ficar de fora num dia do festival que era dedicado ao rock do Planalto, ainda mais sendo da maior banda que saiu daqui.

A presença de músicos uruguaios como vocalistas e instrumentistas de apoio foi explicada por Dado:

-Em dezembro do ano passado fomos chamados para um tributo organizado por músicos uruguaios. Eram 20 músicas, eles tocaram 10 entre eles e nós as outras. Nós, que quase não tocávamos e nunca fomos ao Uruguai, vimos que nossa música atravessara as fronteiras.

Philippe Seabra, da Plebe Rude, cantou "Geração Coca-Cola"

Daí quando decidiram realizar uma série de shows como Legião Urbana com convidados, eles convocaram os músicos uruguaios Gustavo (teclados), Mateo Moreno (baixo) e Guzman Mendino (guitarra). Participou também como convidado o baixista do Jota Quest , P.J., que é de Brasília. Dado explicou que os shows devem rolar no ano que vem e não têm motivação especial alguma, apesar de ser o ano em que Renato completaria 50 anos:

- Trata-se apenas de reencontar o público com canções que dizem muito sobre a vida de muitas pessoas, uma catarse coletiva. E pelo simples prazer de tocar, it's only rock'n'roll but I like it - disse ele citando uma canção dos Rolling Stones.

Bonfá emendou que tocar com estes músicos jovens fez com que ele se sentisse 10 anos mais novo:

- Foi fantástico tocar com amigos que conheci há pouco. Tem uma galera aí com quem queremos tocar mais e acho que vai dar certo.

Dado disse que chegou a temer tocar em Brasília porque um show da Legião em 1988 terminou em pancadaria, mas Bonfá emendou:

- Que isso? Essas coisas não ficam na memória das pessoas. As músicas ficam, são o que importa - disse ele, que, como Dado, não aceita que os shows sejam um tributo, até porque é a própria banda tocando.

Este microfone com a rosa branca simbolizou a presença de Renato Russo

Por: Jamari França
Fotos: Licias Santos
Fonte: O Globo

Comunicado oficial sobre os boatos de uma possível volta aos palcos da Legião Urbana com vários vocalistas convidados

COMUNICADO

Rio de Janeiro, 5 de setembro de 2009.

Nos últimos meses a EMI Music vem desenvolvendo, lado a lado com a Família Manfredini, Dado Villa-Lobos e Marcelo Bonfá, o site oficial da banda Legião Urbana.

O principal objetivo do site oficial será o de estreitar os vínculos entre a obra da banda e seu público, e – lembrando que Renato Russo dizia (“A Legião Urbana são vocês!”) - os principais responsáveis pela movimentação do site serão justamente vocês, os usuários. Dentre outros objetivos, ser também a fonte oficial de comunicação da Legião Urbana.

Em função das inúmeras consultas que temos recebido ultimamente, a EMI e as partes responsáveis pelo legado da Legião Urbana declaram que:

1) Qualquer informação sobre uma possível "volta" da banda Legião Urbana é falsa. Não existe possibilidade alguma de uma "volta" da banda Legião Urbana.

2) Por decorrência, não existe Legião Urbana sem Renato, Dado ou Bonfá.

3) A especulação de que Dado e Bonfá estariam pensando em fazer uma nova banda juntos é igualmente falsa.

4) Em relação à matéria publicada meses atrás por um grande jornal de âmbito nacional, que noticiava que Dado e Bonfá estariam avaliando (juntamente com a Família Manfredini) as possibilidades de fazer uma única e exclusiva turnê com shows em grandes cidades do país, tocando músicas do Legião com diferentes cantores convidados a cada cidade, e com uma banda suporte formada por músicos uruguaios, confirmamos que existe um processo de conversações em relação ao assunto. Mas não existe nenhuma confirmação, nem tampouco projeto fechado a este respeito.

5) Caso ocorra a possibilidade da mencionada turnê, todos os envolvidos deixam claro que não será uma volta da banda Legião Urbana e que não há possibilidade alguma de alguém substituir Renato Russo, único como pessoa e como artista.

6) Por ora, nenhuma das partes irá fazer qualquer pronunciamento ou conceder entrevistas sobre este assunto ou outros que digam respeito à banda Legião Urbana. Todo e qualquer comunicado sobre assuntos que digam respeito à banda serão emitidos pelo site oficial e/ou pela EMI Music.

Urbana Legio Omnia Vincit

Família Manfredini, Dado Villa-Lobos, Marcelo Bonfá.

EMI Music

Do site oficial: legiaourbana.com.br

Dado Villa-Lobos, Marcelo Bonfá e Bajofondo - "Índios"


Depois de 14 anos, Dado Villa-Lobos e Marcelo Bonfá sobem novamente juntos a um palco brasileiro. O encontro aconteceu durante a apresentação da banda Bajofondo, no Rio de Janeiro, dia 09 de maio de 2009. A música escolhida foi "Índios".

Fonte: SobreMúsica.com.br

Legião Urbana e Paralamas Juntos

Setembro de 1988: duas das três maiores bandas do rock nacional (que havia virado febre entre os ouvintes – jovens e adultos – quatro anos antes) ganham um especial na poderosa Rede Globo, que ainda não entendia muito bem o que estava acontecendo, mas queria pegar uma carona na moda do momento. O resultado foi o especial “Legião Urbana e Paralamas Juntos”, que mais de vinte anos depois chega às lojas em edição caprichada (CD+DVD).

Porém, antes de qualquer coisa, é preciso entender o cenário da época, com seus atenuantes e agravantes. Animados pelo sucesso do Plano Cruzado I, o povão foi às lojas e gastou tudo o que podia, e um pouco mais. O RPM bateu 2 milhões de cópias vendidas. O segundo álbum da Legião, “Dois” (na cola dos estourados – na Inglaterra – Smiths), vendeu 600 mil cópias de cara, e o Paralamas também alcançou boas vendagens do álbum “Selvagem?”, que enfim dava sinais de abandono ao culto ao Police presente nos dois primeiros discos. Mas ai veio o Cruzado II, a Inflação e o cenário encolheu, mas nem tanto.

Um espectador desavisado, que não conhece o Brasil do século passado, não vai entender bulhufas de “Legião Urbana e Paralamas Juntos”. Ou terá pequenas impressões que vão desde perceber como a Rede Globo nunca soube filmar shows (a experiência adquirida em filmagens de futebol deveria ser trocada com os ingleses, experts em registros de shows ao vivo), muito menos editar. O especial começa com Renato Russo encapotado e com cachecol. Na seqüência, corte para um Herbert Vianna de camiseta e completamente suado em claro sinal de fim de show. Nota 0 para a edição.

Essas duas primeiras músicas (“Será” e “Meu Erro”) forçam uma comparação, e é incrível com Os Paralamas colocam a Legião no bolso no quesito instrumental. João Barone é um monstro, e massacra seu kit com vontade. A melodia do baixo de Bi Ribeiro é assombrosa e Herbert mostra qualidades na guitarra enquanto a Legião, ainda com Negrete no baixo e ancorada por um inspirado Renato Russo, é uma banda punk de instrumental desprezível tocando na maior emissora de TV do país clássicos do quilate de “Será” (um Buzzcocks alegrinho), “Tédio (Com um T Bem Grande Pra Você)”, “Que Pais É Este” (dois punk rocks energéticos), “Tempo Perdido” e “Eu Sei“ (Smiths, Smiths, Smiths).

Por uma série de conjecturas, a Legião era bem maior que os Paralamas na época, mesmo o segundo soando muito mais banda que o primeiro. E todo crédito tem que ser dado a Renato Russo, que soa infantil e deslocado nas entrevistas, mas se transforma em um poderoso frontman no palco. Dado Villa-Lobos, Marcelo Bonfá e Renato Rocha são apenas coadjuvantes em um palco cuja luz é jogada sobre Renato Russo, sua voz cativante e suas letras (a força de “Tempo Perdido” ao vivo arrepia a alma).

Na platéia, dezenas de globais (como Malu Mader e Silvia Buarque) cantam a plenos pulmões canções que seriam hinos de sua geração. A atriz Claudia Abreu, que ainda nem tinha 18 anos, representa a ala jovem no setor das entrevistas, mas são dos coroas as melhores impressões, como Tony Ramos que diz: “É uma manifestação dessa época. Eu mesmo, que não tenho esse pique, fui descobrindo nas letras e nas manifestações deles coisas ótimas”. Bussunda sarreia: “Eu não consigo entender as letras, mas gostaria muito de ter ido ao show da Legião Urbana em Brasília. Rock’n'roll é isso: é garra, é força, é luta!”.

Um dos comentários mais lúcidos é assinado pelo novelista Carlos Lombardi, que define Legião e Paralamas como “grupos urbanos. Eles são a cara do Brasil de hoje. Eles tem uma coisa muito moderna, sem ser simplificada. As músicas são simples, mas esse simples não é o contrário de sofisticado. Eles são muito modernos e muito interessantes”. No fim, Gabeira espeta e define: “Eu queria ver as letras do Legião no som do Paralamas”. Renato e Herbert também dão seus depoimentos, nenhum deles acrescentando nada a história de suas bandas.

No quesito repertório, mais um ponto para os Paralamas, que brincam com “Depois Que o Ilê Passar”, enfiam “De Frente Para o Crime” dentro de “Alagados” e optam por um lado b, a bonita “Dois Elefantes”, ao invés da dezena de hits óbvios jogados na gaveta. Sem contar “O Beco”, um arraso. Já a Legião brilha mesmo quando dá às mãos para o Paralamas, seja no dueto voz (Renato Russo, sensacional) e guitarra (Herbert e uma Gibson Les Paul) para a canção “Nada Por Mim” ou na arrasadora versão de “Ainda É Cedo”, com as duas bandas juntas no palco, citação de “Jumpin’ Jack Flash”, dos Stones, e intervenção guitarreira de Herbert.

Os extras são para fãs: sete playbacks no Globo de Ouro (quatro do Paralamas e três da Legião) e o clipe tosquissimo de “Que Pais É Este?” feito exclusivamente para o Fantástico. Muita coisa bacana ficou de fora como as duas bandas juntas tocando “The Song Remais The Same“, do Led Zeppelin, “Purple Haze”, de Jimi Hendrix e “Get Back“, dos Beatles (todas tocadas em trechos na introdução, mas que poderiam ter surgido na integra nos extras) ou Herbert e Renato escolhendo qual música ficaria melhor no dueto voz e guitarra (o vozeirão de Renato cantando na intro de “Ska“ no começo do especial é de arrepiar).

Como retrato de uma época, “Legião Urbana e Paralamas Juntos” é exemplar – e deixa saudades. O Globo Repórter com o RPM (incluso no box “RPM 25 Anos”) já não está mais só na missão de lembrar como foram os anos 80 para o rock brasileiro, e a evolução destes 20 anos (em termos de produção de palco, repertório e perda de inocência) é impressionante, o que de forma alguma deslegitima aquelas velhas (e clássicas) canções, todas tão presas ao inconsciente coletivo nacional que até fazem parecer que sempre estiveram ali. Agora é esperar que a Globo Marcas coloque nas lojas o segundo encontro deste projeto que reuniu Titãs e Barão Vermelho. A memória e a história agradecem.

“Legião Urbana e Paralamas Juntos”, CD + DVD (EMI)
Preço em média: R$ 34,90

Por Marcelo Costa [Scream & Yell]

Legião Urbana e Paralamas Juntos

Especial de TV gravado em 1988 ganha edição remasterizada em DVD, com CD bônus incluído

O programa de TV em que se baseia este DVD foi exibido pela Rede Globo uma só vez, em 3 de setembro de 1988. Era um tempo especialmente efervescente no Brasil, quando indignação e esperança dançavam chutando o ar ao som do noticiário de frustrações políticas e econômicas. Após o malogro/engodo do Plano Cruzado, a Assembléia Constituinte tinha vindo para aprovar, a 2 de junho, cinco anos de mandato para José Sarney, presidente eleito indiretamente após mais de duas décadas de ditadura. Clima de democracia em desencanto, “Que País É Este” pulsando por rádios, aortas e saltadas jugulares.

Sob o título original “Paralamas e Legião Juntos”, o especial dirigido por Jodele Larcher e produzido por Carlos Alberto Sion (com direção geral de Roberto Talma) atestava a popularidade de dois dos mais importantes nomes da história do pop/rock brasileiro. Simples e eficiente, tinha como roteiro um picote de frases e depoimentos curtos com imagens de um show reunindo Legião Urbana e Os Paralamas do Sucesso no Teatro Fênix, no Jardim Botânico, zona sul carioca.

Na flor da idade, vivendo fases criativas e prolíficas, Legião e Paralamas aparecem sacudindo uma platéia de convidados que atua ao mesmo tempo como testemunha histórica e retrato de época. Incrustado de supernovas estrelas das novelas de então, esse público seleto é saborosa co-atração do DVD, com figurino, dancinhas e cabelos característicos de uma década sempre lembrada, mas raramente reconstituída com fidelidade e entendida em sua complexidade.

Os trajes invernais no palco – Herbert Vianna de suéter vermelho, Renato Russo com um estiloso cachecol azul – e na platéia destoam dos clichês uêive associados ao rock oitentista pelos revivals do século 21. Àquela altura, 1988, Legião e Paralamas tinham, respectivamente, três e cinco álbuns lançados, estavam consolidados como vozes relevantes de uma nova geração na cultura brasileira. Os depoimentos selecionados para entremear os números musicais ratificam justamente isso.

O trio formado por Herbert Vianna, Bi Ribeiro e João Barone há tempos havia se distanciado das matrizes inglesas e revolucionado os parâmetros do pop nacional com a miscigenação de Selvagem?. A Legião Urbana, por caminhos diversos, arrastava multidões Brasil afora promovendo catarses coletivas, mas já estava virando a página da primeira fase de sua carreira. Em 18 de junho daquele 1988, Renato Russo, Dado Villa-Lobos, Marcelo Bonfá e Renato Rocha tinham passado por uma experiência modificadora: o desencapado show no estádio Mané Garrincha, em Brasília, com 50 mil pessoas quase fora de controle, 60 detidos e mais de 200 machucados.

Um dos entrevistados ilustres do programa, o ainda tímido Bussunda, então recém-contratado como redator da “TV Pirata”, não perde a piada politicamente incorreta. Diz que gostaria ter estado no tumultuado concerto: “Rock’n’roll é isso: é garra, força, luta!”. Pano rápido, sobem som e imagens de “Será”, para delírio da galera no Teatro Fênix.

Legião Urbana e Paralamas Juntos é cheio de detalhes como esse: informa e encanta também nas entrelinhas, com várias surpresas na manga. De cara, as referências musicais do pós-punk, filiação maior das duas bandas, são traídas pelo classic rock: “The Song Remains The Same”, do Led Zeppelin, chacoalha a vinheta de abertura, e os trabalhos são abertos com acordes de “Purple Haze”, de Jimi Hendrix, costurados em “Ska”, dos Paralamas, para desembocar em “Get Back”, dos Beatles. No gran finalem com todos no palco tocando “Ainda É Cedo”, Renato Russo puxa “Jumpin’ Jack Flash”, dos Rolling Stones.

Claro, o trio liderado por um Herbert ainda cabeludo não deixa de usar seus trunfos brasileiros. A empolgante versão de “Alagados” apresentada cita “De Frente Pro Crime”, de João Bosco e Aldir Blanc, e uma das maiores pérolas do repertório é a interpretação de “Depois Que O Ilê Passar”, clássico carnavalesco do bloco afro soteropolitano Ilê Ayiê. Alguns rebolam meio sem jeito, mas nenhuma cintura fica indiferente. Um dos charmes da novela Fera Radical, Cláudia Abreu, ainda menor de idade, dá um depoimento gracinha, porém bem informado, que detecta um contrabando de lambada no sacolão de ritmos dos Paralamas. Garota esperta.

Creditado simplesmente como “autor de Bebê A Bordo”, o também sagaz Carlos Lombardi saúda com discurso totalmente oitentista: “Os dois conjuntos são tipicamente urbanos, têm a cara do Brasil de hoje”. Do alto de seus 29 anos, o enfant terrible que vinha renovando as novelas desde 1982 elogia a simplicidade “que não se opõe a sofisticação”. Tony Ramos, por sua vez, admite não conhecer muito, mas confessa que está descobrindo “coisas ótimas nas letras e nas atitudes deles’.

O jornalista e político Fernando Gabeira, câmera fotográfica a tiracolo, Lagoa Rodrigo de Freitas ao fundo, elogia a musicalidade e o trabalho de pesquisa sonora dos Paralamas, mas deixa escapar certo fascínio pela indignação coletiva catalisada pelos hinos da Legião Urbana. De fato, as versões de “Que País É Este”, “Tempo Perdido” e “Eu Sei” são arrasadoras. Renato Russo, tão jovial e de certa forma ingênuo em algumas das frases selecionadas na edição – “a gente tenta não se envolver muito com a máquina para não se perder”, “a relação a dois é melhor quando o jogo do poder inexiste, quando a troca é completa” -, exala carisma e densidade dramática em cima do palco. Dá vontade de ter estado lá, dá saudade de outros shows presenciados à é oca.

A interação entre integrantes das duas bandas proporciona duas venturosas reinvenções. Renato Russo se joga, visceral, em “Nada Por Mim”, e manda às favas os tons cool da delicada parceria entre Herbert e Paula Toller. Na apoteose final, é a guitarra do líder dos Paralamas que se encarrega de anabolizar a clássica “Ainda É Cedo” com inédito e bem-vindo peso. “Vamos dar um tempo, um dia a gente se vê”, finaliza Renato Russo. Para os que estavam e para os que não estavam no Teatro Fênix na ocasião, o tal dia chega agora, com este DVD.

Esta edição de Legião Urbana e Paralamas Juntos inclui um CD de áudio com 12 faixas do show no Teatro Fênix, devidamente remasterizadas. Nos extras do DVD, há participações dos dois grupos no programa Globo de Ouro e ainda o clipe de “Que País É Este” feito para o Fantástico, jóia rara perseguida pelos fãs e que só é encontrada nas internet em versões mutiladas.

Pedro Só (EMI)
Abril/2009

Tracklist:

DVD:
1. Abertura - Legião Urbana e Os Paralamas do Sucesso
2. Será - Legião Urbana
3. Meu Erro - Os Paralamas do Sucesso
4. Tédio (Com um T Bem Grande pra Você) - Legião Urbana
5. Depois que o Ilê Passar - Os Paralamas do Sucesso
6. Tempo Perdido - Legião Urbana
7. Alagados - Os Paralamas do Sucesso
8. O Beco - Os Paralamas do Sucesso
9. Que País É Este? - Legião Urbana
10. Nada Por Mim - Legião Urbana e Os Paralamas do Sucesso
11. Dois Elefantes - Os Paralamas do Sucesso
12. Eu Sei - Legião Urbana
13. Ainda É Cedo / Jumpin' Jack Flash - Legião Urbana
e Os Paralamas do Sucesso

Extras:
1. Melô Do Marinheiro (Globo de Ouro) - Os Paralamas do Sucesso
2. Tempo Perdido (Globo de Ouro) - Legião Urbana
3. Alagados (Globo de Ouro) - Os Paralamas do Sucesso
4. Soldados (Globo de Ouro) - Legião Urbana
5. Ska (Globo de Ouro) - Os Paralamas do Sucesso
6. Será (Globo de Ouro) - Legião Urbana
7. Óculos (Globo de Ouro) - Os Paralamas Do Sucesso
8. Que País É Este? (Videoclipe do Fantástico) - Legião Urbana

CD:
1. Será - Legião Urbana
2. Meu Erro - Os Paralamas Do Sucesso
3. Tédio (Com Um T Bem Grande Pra Você) - Legião Urbana
4. Depois Que O Ilê Passar - Os Paralamas Do Sucesso
5. Tempo Perdido - Legião Urbana
6. Alagados - Os Paralamas Do Sucesso
7. O Beco - Os Paralamas Do Sucesso
8. Que Pais É Este - Legião Urbana
9. Nada Por Mim - Os Paralamas Do Sucesso/Legião Urbana
10. Dois Elefantes - Os Paralamas Do Sucesso
11. Eu Sei - Legião Urbana
12. Ainda É Cedo/Jumpin' Jack Flash - Legião Urbana/Os Paralamas Do Sucesso

EMI finaliza o novo portal da Legião Urbana


O endereço já está no ar para cadastramento dos fãs internautas

Os fãs da Legião Urbana poderão navegar, em breve, no primeiro portal oficial da banda, que entrará no ar completo no segundo semestre de 2009. O portal será interativo e, sobretudo, avalisado pelos leginários Dado Villa-Lobos, Marcelo Bonfá e herdeiros de Renato Russo.

O acordo entre as partes, desenhado via EMI Music desde meados do ano passado, possibilitou a criação do portal oficial da Legião Urbana que, até hoje, só existia na rede em sites de fãs e blogueiros.

Cifras revisadas pelos músicos, cronologia, discografia, memorabilia dos Legionários e muitos outros arquivos estarão disponíveis de forma digital e legal, pela primeira vez. Quem quiser colaborar com o projeto e se cadastrar desde já, basta acessar o endereço www.legiaourbana.com.br, já ativado.

Site: www.legiaourbana.com.br

Eu Sei: Tributo uruguaio à Legião Urbana

A Legião Urbana não está de volta e nem voltará, mas 2009 promete ser um ano bom para os fãs do grupo. Na semana passada, Dado Villa-Lobos e Marcelo Bonfá voltaram a tocar juntos depois de 16 anos. Como assim?! Você não soube?! Onde foi isso?! Bem, em Montevidéu…

É, você não ficou sabendo, ninguém noticiou, mas rolou. A banda foi homenageada em um evento chamado “Eu sei - Tributo a Legião”, na semana de eventos de inauguração da filial uruguaia da famosa casa argentina La Trastienda, e os caras toparam se juntar com um grupo de artistas uruguaios que queria homenagear a Legião. Evento lotado (2 mil pessoas), com direito a muitas reportagens nos jornais daquele país, eles foram saudados e citados como uma das maiores referências do rock uruguaio contemporâneo. Pra ter idéia, entre os músicos que promoveram o evento e comandaram a festa, integrantes do Vuelapuerca e do Bajofondo.

Mais do que isso (e mais do mesmo), há alguns meses a EMI anunciou um acordo com as três partes do grupo para lançar digitalmente o conteúdo da Legião Urbana em diversas plataformas. Esse é um tipo de negociação sempre complicada que, guardada as devidas proporções, a matriz da gravadora ainda não conseguiu solucionar para o catálogo dos Beatles, por exemplo. A real é que incursões como esta sempre podem render mais frutos do que só “poder baixar músicas legalmente”. Normalmente quando se mexe em baú, sempre sai coisa. Parece que eles ainda têm todo o tempo do mundo…


Marcelo Bonfá e Dado Villa Lobos (Legião Urbana) tocam juntos das maiores bandas do Uruguay e Argentina (Bajofondo, LaVela Puerca, Bufon, etc.) em Montevideo.

Fonte: SobreMúsica.com.br

Tributo uruguaio à Legião tem participação de Dado e Bonfá

Reportagem do jornal uruguaio El País (por SEBASTIÁN AUYANET).

El merecido homenaje al influyente rock brasileño
Recital. Músicos de Brasil y Uruguay en una gran comunión

La celebración que disparó la reunión de dos miembros de Legiao Urbana, la banda más popular del rock en Brasil, logró emocionar a más de 2.000 personas y demostrar cuánto influyó el rock brasileño en la música que hoy llena estadios aquí.

En la mayoría de las entrevistas que suelen hacerse con músicos, la cuestión de las influencias (o la música que escucha el artista, variable siempre relacionada) es un capítulo que, de forma más o menos tangente, se termina tocando. Hay veces en que, con razón, los artistas no saben responder con exactitud qué música los llevó a formar una banda y a pararse sobre un escenario.

Pues bien, desde que Martín Buscaglia dijo en La Trastienda "con ustedes, con nosotros, con todos, el señor Dado Villa-Lobos", quedó claro que Legiao Urbana es una de las fuerzas rockeras con mayor influencia en buena parte del rock nacional y géneros añadidos. En el público también, porque durante todo el show acompañó las canciones con la fuerza, el conocimiento y la emoción de quien canta las canciones que acompañaron toda una vida. Y no hablamos sólo de treintañeros y cuarentones porque hubo gente de todas las edades. La Trastienda tuvo sus dos primeras noches de ambiente rockero generalizado, entre ovaciones, cánticos de toda la sala y sonido sin demasiados reproches para hacer.

Para la entrada del baterista Marcelo Bonfá faltaban unos temas. Pero desde Perfeicao, octava canción del concierto, La Trastienda tuvo el primer estallido de su existencia. Buscaglia a la voz, Diego Barthaburu a la batería, los estables Mateo Moreno y Guzmán Mendaro (bajo y guitarra) junto a Marcel Curuchet acompañaban al hombre más visible y aclamado de la banda de Brasilia. La sucesión de músicos demostró que eran muchos más los que querían estar que los que podían: Juan Campodónico, Luciano Supervielle, Emiliano Brancciari, Sebastián Cebreiro (mención especial para la mejor voz en portugués en Há tempos y en A cancao do senhor da guerra), Gabriel Casacuberta, Martín Ibarburu y Ossie Garbuyo se fueron mezclando.

Quien sin dudas se acercó más al espíritu melancólico tan similar a Joy Division que subyace en el post punk eléctrico de Legiao Urbana fue Juan Casanova, que lejos de otras performances más erráticas fue quien estuvo más cerca de evocar la voz de Renato Russo, el homenajeado de la noche, en proyecciones que aparecían tras el escenario.

Todas las canciones fueron clásicos, y los músicos que quedaban fuera del escenario quedaban a los costados, cantando con el público mientras los dos brasileños (Bonfá arrancó a la batería desde Índios, unos tres temas después) agradecieron y se abrazaban entre sí.

En el final llegó el único momento previsible. Qué país é este, con todos los músicos sobre el escenario rockeando antes del bis (se fueron y volvieron con Eu sei, canción que daba nombre al tributo) terminó con el festejo de músicos que viven su propio tiempo, combinándose más allá de los géneros y celebrando música que a todos les marcó algún momento de la vida, en un evento que en Brasil va a ser una sorpresa. Nada mal para una fiesta de fin de año.

Fonte: El País Digital

Renato Russo - O Trovador Solitário (2008)

Ainda hoje, quase no final da primeira década do século XXI, a Legião Urbana é a maior banda de rock deste país. Se é (era) a melhor são outros quinhentos, mas o que importa é que o enorme sucesso conquistado por Renato Russo e companhia nos anos 80 aumentou nos 90, mesmo com álbuns menos "comerciais" e com a morte prematura do vocalista e letrista em 1996, em conseqüência de complicações causadas pela AIDS.

Nos anos 2000, uma série de lançamentos póstumos manteve o culto em alta destacando dois álbuns ao vivo da Legião ("Como É que Se Diz Eu Te Amo", show de 1994, e "As Quatro Estações ao Vivo", 1990) e um álbum de raridades de Renato, "Presente", que compilava versões para "Gente Humilde" (Chico e Vinicius), "Thunder Road" (Bruce), duetos com Erasmo, Leila Pinheiro e Zélia Duncan, além de entrevistas (?).

Diferente de seu predecessor póstumo (que cheirava a picaretagem), "O Trovador Solitário" surge como um resgate histórico que permite diversas avaliações sobre o mito em torno do compositor e sobre o rumo de sua banda. Lançado pelo selo Discobertas, do jornalista e pesquisador Marcelo Fróes, o CD reúne material resgatado de fitas K7 do início dos anos 80 com encarte recheado de desenhos feitos pelo próprio Renato.

A rigor, as onze canções contidas no lançamento já circulavam de mãos em mãos de fãs desde os anos 80, quando álbuns como "Dois" (1986), "Que País é Este?" (1987) e "As Quatro Estações" (1989) tomaram as paradas de sucesso (e os acampamentos) e tocaram, tocaram, tocaram, tocaram, tocaram e tocaram. E tocaram. Tocaram tanto que causaram a síndrome de náusea característica daquilo que ultrapassa nossos limites.

Gravada em seu próprio quarto, em 1982, a fita K7 flagrava a fase solo do cantor conhecida pelo nome que dá titulo ao lançamento (pós Aborto Elétrico, pré Legião). O que impressiona, porém, não é a baixa qualidade da gravação, mas o quanto aquele grupo de canções já exibia corpo, tronco e membros completamente definidos, e praticamente não mudaram quando registradas nos estúdios da gravadora EMI, nos anos posteriores.

Renato "inventa" uma Rádio Brasília e com seu "violão desafinado" apresenta "Eu Sei", "Geração Coca-Cola", "Faroeste Caboclo", "Veraneio Vascaína" (gravada pelo Capital Inicial em 1986) e "Que Pais É Este?" em versões exatamente iguais às popularizadas nas FMs de todo o país anos depois, só que gravadas em um toca-fitas simples num quartinho solitário de um Brasil que ainda vivia sob o comando dos militares.

"Eduardo e Mônica" segue idêntica (melodia e letra) até seu trecho final, quando Renato canta: "Eduardo e Mônica então decidiram se casar / um casamento indiano em algum lugar perto do mar / "O mar tá muito longe", um deles lembrou / "Vai ser aqui mesmo", e assim ficou / Foram pra Bahia e hoje Eduardo foi parar lá no Banco Central / Cristalina, Sampaio, Rio de Janeiro / E a Mônica dá aulas na escola normal / Eduardo e Mônica estão no Lago Norte / Ele projetou a casa e ajudou na construção / Só que nessas férias não vão viajar / Porque o filhinho do Eduardo tá de recuperação".

A fita ainda trazia versões para "Dado Viciado" (que Renato tentou gravar posteriormente, e acabou entrando no póstumo "Uma Outra Estação" em versão voz e violão – semelhante a de "O Trovador Solitário"), "Boomerang Blues" (gravada pelo Barão Vermelho e registrada em outra versão no póstumo "Presente"), "Anúncio de Refrigerante" (gravada pelo Capital Inicial no álbum "MTV Aborto Elétrico") e "Marcianos Invadem a Terra" (gravada no álbum solo de Dinho Ouro Preto e no póstumo "Uma Outra Estação" em versão voz e violão das sessões do álbum "Dois"). De extra, "Summertime" ao lado de Cida Moreira, em 1984.

Renato Russo ficou à frente da banda comandando-a com pulso forte até 1991, época em que Dado começou a assumir os rumos musicais do então trio (o que ficou evidenciado nos dois lançamentos seguintes, os ótimos "O Descobrimento do Brasil", de 1993, e principalmente "A Tempestade ou O Livro dos Dias", de 1996). Até ali, tudo que a Legião fez (e copiou dos Smiths e do U2 – sem ranço, por favor) são mérito e culpa do vocalista. Ok, você já sabia disso, mas "O Trovador Solitário" está ai para lembrar aqueles que esqueceram. São muitos...

(Nota: 9 | por Marcelo Costa, do Revoluttion)

Renato Russo | O Trovador Solitário | 2008 |

1. Dado Viciado
2. Eduardo e Mônica
3. Eu Sei
4. Geração Coca-Cola
5. Faroeste Cabloco
6. Boomerang Blues
7. Anúncio de Refrigerantes
8. Marcianos Invadem a Terra
9. Veraneio Vascaína
10. Que País é Este (Demo) (Bônus)
11. Summertime (Bônus) - Participação Especial: Cida Moreira


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Renato Russo e Picasso (sem trocadilhos)

Não é pouca gente que tem uma análise, teoria ou crítica sobre Renato Russo. Mas dias desses comecei a pensar em uma tese que me pareceu um pouquinho original, a ponto de arriscar dividi-la com vocês. Antes, porém, devo explicar que aqui em Brasília parece haver três tipos de roqueiro (com ou sem banda) — os que desprezam totalmente o Renato; os que acham o começo da Legião legal, mas a partir do quarto ou quinto disco a coisa foi ficando ruim; e, por fim, os que acham o cara tão foda que não conseguem sair da sombra dele.

Calma. Se você não se sentiu representado por nenhuma das categorias, digo que eu também não me sinto. Eu gosto pacas de Legião. E continuei gostando mesmo nos discos finais. ‘Meninos e Meninas’, ‘Teatro dos Vampiros’, ‘Vinte e nove’ figuram entre minhas músicas prediletas da banda, ao lado ‘Geração Coca-Cola’ e ‘Tempo Perdido’. Mas devo dizer que sempre me senti um estranho na minha turma, formada por caras que ou não dão muita bola pra Legião ou só curtem o começo.

Minha teoria parte da idéia de que o Renato não seria tão popular se ele não tivesse dado a guinada que deu a partir do ‘Quatro Estações’. Tudo bem, ele já tinha feito ‘Eduardo e Mônica’. Mas nos quarto, quinto e sexto discos ele arrisca uma poesia tão cotidiana que assustou de montão os roqueiros. Falo de versos como "Me empresta um par de meias e a gente faz uma feijoada", ou "Deixo a onda me acertar", ou "Acho que gosto de São Paulo e gosto de São João", ou ainda "Ela me disse que trabalha nos Correios e que namora um menino eletricista". Não me esqueço do dia em que, depois de ouvir o ‘V’ e ter achado ‘Vento no litoral’ meio brega, abri a janela e vi o rapaz que lavava os carros lá de casa todo feliz cantado a tal canção, que tocava na rádio que ele costumava ouvir (também brega para mim).

Bruno Golemvsky, ator que encarnou Renato na peça teatral sobre a vida dele, disse uma vez que o líder da Legião podia ser um artista cult, mas quis ser popular. Ele mandou bem demais quando falou isso. Porque o lado popular de Renato foi mesmo uma opção. Ele já tinha demonstrado erudição e capacidade de compor versos complexos, mas decidiu mudar. Nenhum outro roqueiro brasileiro foi tão ousado como Renato, nem tão bem sucedido ao promover uma guinada na forma de compor.

Mas só pode fazer isso quem já acumulou muita bagagem. Renato leu, consumiu muita música, era íntimo da obra de grandes autores. Por mais que ousasse, não corria o risco de regredir e escrever algo de má qualidade. Um equívoco aqui outro ali, é claro, podiam acontecer. Mas ele havia estabelecido uma capacidade tamanha de escrever letras de canções que conseguiu produzir versos simples, mas nada simplistas. Quando ouço as músicas da fase final da Legião, além de me inspirar a escrever de forma cada vez mais cotidiana, lembro daqueles vários esboços, complexos pacas, que Picasso fez de um touro até chegar à forma final, composta de cinco linhas. No final, Renato parecia compor assim. Economizando nos traços, mas não no significado de suas canções.

PS: Pros desafetos que pensaram que me encaixo no terceiro tipo de roqueiro brasiliense, que não conseguiu sair da sombra de RR, só tenho uma coisa a dizer: vocês estão enganados.

Texto por Beto Só - músico, compositor e jornalista. Tem dois discos gravados, 'Lançando Sinais' e 'Dias Mais Tranqüilos', ambos por Senhor F Discos. Leiam mais textos de sua autoria em seu blog.