Os legionários Dado e Bonfá fazem show com convidados em Brasília no Festival Porão do Rock 2009

A Legião e convidados

Legião Urbana renasce no Porão do Rock

Estava anunciada como surpresa. A minutos de entrar, um cara falou "você está brincando comigo" quando o outro lhe disse que ia entrar a Legião Urbana. No telão apareceram imagens da banda, declarações de Renato Russo, Dado Villa Lobos e Marcelo Bonfá, trechos de clipes, de shows, o noticiário da morte de Renato e de sua cremação. Quando acabou, entraram Dado e Marcelo apoiados por músicos uruguaios e a introdução de "Tempo perdido" arrancou urros da multidão de mais de 35 mil pessoas que ocupava parte da Esplanada dos Ministérios para o segundo dia do festival Porão do Rock, inteiramente dedicado ao rock de Brasília.

O vocalista da banda local Móveis Coloniais de Acaju cantou "Tempo perdido". A seguinte foi "Quase sem querer" cantada por Sebastian Teysera, vocalista da banda uruguaia La Vela Puerca, seguido de "Eu sei" com Toni Platão. Bonfá cantou "Pais e filhos" pedindo ajuda da platéia, apelo desnecessário porque todo mundo já estava cantando. Numa rápida entrevista depois do show, Dado definiu o show de 40 minutos como uma "catarse coletiva". Os Paralamas do Sucesso entraram para cantar "Ainda é cedo", com direito a um duelo de solos entre Dado e Herbert Vianna. No final, Dado puxou "Gimme shelter," dos Rolling Stones, que Renato sempre misturava nesta canção. No centro do palco, um microfone com uma rosa branca simbolizou a presença de Renato Russo e ninguém cantou nele.

Dado Villa-Lobos

O uruguaio Juan Villanova, da banda Los Traidores, cantou "Será" e Philippe Seabra, da Plebe Rude, com sua inseparável Les Paul, levou a galera ao delírio máximo com "Geração Coca Cola", hino maior da geração dos 80 contra a ditadura militar. Para fechar, "Que país é esse", com todo mundo pulando e berrando na platéia e todos os cantores no palco. Apareceu até Loro Jones, guitarrista da formação inicial do Capital Inicial, fora da banda desde 2002, o que acabou minorando a ausência do Capital (fontes do festival disseram que eles pediram alto demais). Dado Villa Lobos não pensa como eles. Na coletiva, ele disse que ele e Bonfá não podiam ficar de fora num dia do festival que era dedicado ao rock do Planalto, ainda mais sendo da maior banda que saiu daqui.

A presença de músicos uruguaios como vocalistas e instrumentistas de apoio foi explicada por Dado:

-Em dezembro do ano passado fomos chamados para um tributo organizado por músicos uruguaios. Eram 20 músicas, eles tocaram 10 entre eles e nós as outras. Nós, que quase não tocávamos e nunca fomos ao Uruguai, vimos que nossa música atravessara as fronteiras.

Philippe Seabra, da Plebe Rude, cantou "Geração Coca-Cola"

Daí quando decidiram realizar uma série de shows como Legião Urbana com convidados, eles convocaram os músicos uruguaios Gustavo (teclados), Mateo Moreno (baixo) e Guzman Mendino (guitarra). Participou também como convidado o baixista do Jota Quest , P.J., que é de Brasília. Dado explicou que os shows devem rolar no ano que vem e não têm motivação especial alguma, apesar de ser o ano em que Renato completaria 50 anos:

- Trata-se apenas de reencontar o público com canções que dizem muito sobre a vida de muitas pessoas, uma catarse coletiva. E pelo simples prazer de tocar, it's only rock'n'roll but I like it - disse ele citando uma canção dos Rolling Stones.

Bonfá emendou que tocar com estes músicos jovens fez com que ele se sentisse 10 anos mais novo:

- Foi fantástico tocar com amigos que conheci há pouco. Tem uma galera aí com quem queremos tocar mais e acho que vai dar certo.

Dado disse que chegou a temer tocar em Brasília porque um show da Legião em 1988 terminou em pancadaria, mas Bonfá emendou:

- Que isso? Essas coisas não ficam na memória das pessoas. As músicas ficam, são o que importa - disse ele, que, como Dado, não aceita que os shows sejam um tributo, até porque é a própria banda tocando.

Este microfone com a rosa branca simbolizou a presença de Renato Russo

Por: Jamari França
Fotos: Licias Santos
Fonte: O Globo

Comunicado oficial sobre os boatos de uma possível volta aos palcos da Legião Urbana com vários vocalistas convidados

COMUNICADO

Rio de Janeiro, 5 de setembro de 2009.

Nos últimos meses a EMI Music vem desenvolvendo, lado a lado com a Família Manfredini, Dado Villa-Lobos e Marcelo Bonfá, o site oficial da banda Legião Urbana.

O principal objetivo do site oficial será o de estreitar os vínculos entre a obra da banda e seu público, e – lembrando que Renato Russo dizia (“A Legião Urbana são vocês!”) - os principais responsáveis pela movimentação do site serão justamente vocês, os usuários. Dentre outros objetivos, ser também a fonte oficial de comunicação da Legião Urbana.

Em função das inúmeras consultas que temos recebido ultimamente, a EMI e as partes responsáveis pelo legado da Legião Urbana declaram que:

1) Qualquer informação sobre uma possível "volta" da banda Legião Urbana é falsa. Não existe possibilidade alguma de uma "volta" da banda Legião Urbana.

2) Por decorrência, não existe Legião Urbana sem Renato, Dado ou Bonfá.

3) A especulação de que Dado e Bonfá estariam pensando em fazer uma nova banda juntos é igualmente falsa.

4) Em relação à matéria publicada meses atrás por um grande jornal de âmbito nacional, que noticiava que Dado e Bonfá estariam avaliando (juntamente com a Família Manfredini) as possibilidades de fazer uma única e exclusiva turnê com shows em grandes cidades do país, tocando músicas do Legião com diferentes cantores convidados a cada cidade, e com uma banda suporte formada por músicos uruguaios, confirmamos que existe um processo de conversações em relação ao assunto. Mas não existe nenhuma confirmação, nem tampouco projeto fechado a este respeito.

5) Caso ocorra a possibilidade da mencionada turnê, todos os envolvidos deixam claro que não será uma volta da banda Legião Urbana e que não há possibilidade alguma de alguém substituir Renato Russo, único como pessoa e como artista.

6) Por ora, nenhuma das partes irá fazer qualquer pronunciamento ou conceder entrevistas sobre este assunto ou outros que digam respeito à banda Legião Urbana. Todo e qualquer comunicado sobre assuntos que digam respeito à banda serão emitidos pelo site oficial e/ou pela EMI Music.

Urbana Legio Omnia Vincit

Família Manfredini, Dado Villa-Lobos, Marcelo Bonfá.

EMI Music

Do site oficial: legiaourbana.com.br

Dado Villa-Lobos, Marcelo Bonfá e Bajofondo - "Índios"


Depois de 14 anos, Dado Villa-Lobos e Marcelo Bonfá sobem novamente juntos a um palco brasileiro. O encontro aconteceu durante a apresentação da banda Bajofondo, no Rio de Janeiro, dia 09 de maio de 2009. A música escolhida foi "Índios".

Fonte: SobreMúsica.com.br

Legião Urbana e Paralamas Juntos

Setembro de 1988: duas das três maiores bandas do rock nacional (que havia virado febre entre os ouvintes – jovens e adultos – quatro anos antes) ganham um especial na poderosa Rede Globo, que ainda não entendia muito bem o que estava acontecendo, mas queria pegar uma carona na moda do momento. O resultado foi o especial “Legião Urbana e Paralamas Juntos”, que mais de vinte anos depois chega às lojas em edição caprichada (CD+DVD).

Porém, antes de qualquer coisa, é preciso entender o cenário da época, com seus atenuantes e agravantes. Animados pelo sucesso do Plano Cruzado I, o povão foi às lojas e gastou tudo o que podia, e um pouco mais. O RPM bateu 2 milhões de cópias vendidas. O segundo álbum da Legião, “Dois” (na cola dos estourados – na Inglaterra – Smiths), vendeu 600 mil cópias de cara, e o Paralamas também alcançou boas vendagens do álbum “Selvagem?”, que enfim dava sinais de abandono ao culto ao Police presente nos dois primeiros discos. Mas ai veio o Cruzado II, a Inflação e o cenário encolheu, mas nem tanto.

Um espectador desavisado, que não conhece o Brasil do século passado, não vai entender bulhufas de “Legião Urbana e Paralamas Juntos”. Ou terá pequenas impressões que vão desde perceber como a Rede Globo nunca soube filmar shows (a experiência adquirida em filmagens de futebol deveria ser trocada com os ingleses, experts em registros de shows ao vivo), muito menos editar. O especial começa com Renato Russo encapotado e com cachecol. Na seqüência, corte para um Herbert Vianna de camiseta e completamente suado em claro sinal de fim de show. Nota 0 para a edição.

Essas duas primeiras músicas (“Será” e “Meu Erro”) forçam uma comparação, e é incrível com Os Paralamas colocam a Legião no bolso no quesito instrumental. João Barone é um monstro, e massacra seu kit com vontade. A melodia do baixo de Bi Ribeiro é assombrosa e Herbert mostra qualidades na guitarra enquanto a Legião, ainda com Negrete no baixo e ancorada por um inspirado Renato Russo, é uma banda punk de instrumental desprezível tocando na maior emissora de TV do país clássicos do quilate de “Será” (um Buzzcocks alegrinho), “Tédio (Com um T Bem Grande Pra Você)”, “Que Pais É Este” (dois punk rocks energéticos), “Tempo Perdido” e “Eu Sei“ (Smiths, Smiths, Smiths).

Por uma série de conjecturas, a Legião era bem maior que os Paralamas na época, mesmo o segundo soando muito mais banda que o primeiro. E todo crédito tem que ser dado a Renato Russo, que soa infantil e deslocado nas entrevistas, mas se transforma em um poderoso frontman no palco. Dado Villa-Lobos, Marcelo Bonfá e Renato Rocha são apenas coadjuvantes em um palco cuja luz é jogada sobre Renato Russo, sua voz cativante e suas letras (a força de “Tempo Perdido” ao vivo arrepia a alma).

Na platéia, dezenas de globais (como Malu Mader e Silvia Buarque) cantam a plenos pulmões canções que seriam hinos de sua geração. A atriz Claudia Abreu, que ainda nem tinha 18 anos, representa a ala jovem no setor das entrevistas, mas são dos coroas as melhores impressões, como Tony Ramos que diz: “É uma manifestação dessa época. Eu mesmo, que não tenho esse pique, fui descobrindo nas letras e nas manifestações deles coisas ótimas”. Bussunda sarreia: “Eu não consigo entender as letras, mas gostaria muito de ter ido ao show da Legião Urbana em Brasília. Rock’n'roll é isso: é garra, é força, é luta!”.

Um dos comentários mais lúcidos é assinado pelo novelista Carlos Lombardi, que define Legião e Paralamas como “grupos urbanos. Eles são a cara do Brasil de hoje. Eles tem uma coisa muito moderna, sem ser simplificada. As músicas são simples, mas esse simples não é o contrário de sofisticado. Eles são muito modernos e muito interessantes”. No fim, Gabeira espeta e define: “Eu queria ver as letras do Legião no som do Paralamas”. Renato e Herbert também dão seus depoimentos, nenhum deles acrescentando nada a história de suas bandas.

No quesito repertório, mais um ponto para os Paralamas, que brincam com “Depois Que o Ilê Passar”, enfiam “De Frente Para o Crime” dentro de “Alagados” e optam por um lado b, a bonita “Dois Elefantes”, ao invés da dezena de hits óbvios jogados na gaveta. Sem contar “O Beco”, um arraso. Já a Legião brilha mesmo quando dá às mãos para o Paralamas, seja no dueto voz (Renato Russo, sensacional) e guitarra (Herbert e uma Gibson Les Paul) para a canção “Nada Por Mim” ou na arrasadora versão de “Ainda É Cedo”, com as duas bandas juntas no palco, citação de “Jumpin’ Jack Flash”, dos Stones, e intervenção guitarreira de Herbert.

Os extras são para fãs: sete playbacks no Globo de Ouro (quatro do Paralamas e três da Legião) e o clipe tosquissimo de “Que Pais É Este?” feito exclusivamente para o Fantástico. Muita coisa bacana ficou de fora como as duas bandas juntas tocando “The Song Remais The Same“, do Led Zeppelin, “Purple Haze”, de Jimi Hendrix e “Get Back“, dos Beatles (todas tocadas em trechos na introdução, mas que poderiam ter surgido na integra nos extras) ou Herbert e Renato escolhendo qual música ficaria melhor no dueto voz e guitarra (o vozeirão de Renato cantando na intro de “Ska“ no começo do especial é de arrepiar).

Como retrato de uma época, “Legião Urbana e Paralamas Juntos” é exemplar – e deixa saudades. O Globo Repórter com o RPM (incluso no box “RPM 25 Anos”) já não está mais só na missão de lembrar como foram os anos 80 para o rock brasileiro, e a evolução destes 20 anos (em termos de produção de palco, repertório e perda de inocência) é impressionante, o que de forma alguma deslegitima aquelas velhas (e clássicas) canções, todas tão presas ao inconsciente coletivo nacional que até fazem parecer que sempre estiveram ali. Agora é esperar que a Globo Marcas coloque nas lojas o segundo encontro deste projeto que reuniu Titãs e Barão Vermelho. A memória e a história agradecem.

“Legião Urbana e Paralamas Juntos”, CD + DVD (EMI)
Preço em média: R$ 34,90

Por Marcelo Costa [Scream & Yell]

Legião Urbana e Paralamas Juntos

Especial de TV gravado em 1988 ganha edição remasterizada em DVD, com CD bônus incluído

O programa de TV em que se baseia este DVD foi exibido pela Rede Globo uma só vez, em 3 de setembro de 1988. Era um tempo especialmente efervescente no Brasil, quando indignação e esperança dançavam chutando o ar ao som do noticiário de frustrações políticas e econômicas. Após o malogro/engodo do Plano Cruzado, a Assembléia Constituinte tinha vindo para aprovar, a 2 de junho, cinco anos de mandato para José Sarney, presidente eleito indiretamente após mais de duas décadas de ditadura. Clima de democracia em desencanto, “Que País É Este” pulsando por rádios, aortas e saltadas jugulares.

Sob o título original “Paralamas e Legião Juntos”, o especial dirigido por Jodele Larcher e produzido por Carlos Alberto Sion (com direção geral de Roberto Talma) atestava a popularidade de dois dos mais importantes nomes da história do pop/rock brasileiro. Simples e eficiente, tinha como roteiro um picote de frases e depoimentos curtos com imagens de um show reunindo Legião Urbana e Os Paralamas do Sucesso no Teatro Fênix, no Jardim Botânico, zona sul carioca.

Na flor da idade, vivendo fases criativas e prolíficas, Legião e Paralamas aparecem sacudindo uma platéia de convidados que atua ao mesmo tempo como testemunha histórica e retrato de época. Incrustado de supernovas estrelas das novelas de então, esse público seleto é saborosa co-atração do DVD, com figurino, dancinhas e cabelos característicos de uma década sempre lembrada, mas raramente reconstituída com fidelidade e entendida em sua complexidade.

Os trajes invernais no palco – Herbert Vianna de suéter vermelho, Renato Russo com um estiloso cachecol azul – e na platéia destoam dos clichês uêive associados ao rock oitentista pelos revivals do século 21. Àquela altura, 1988, Legião e Paralamas tinham, respectivamente, três e cinco álbuns lançados, estavam consolidados como vozes relevantes de uma nova geração na cultura brasileira. Os depoimentos selecionados para entremear os números musicais ratificam justamente isso.

O trio formado por Herbert Vianna, Bi Ribeiro e João Barone há tempos havia se distanciado das matrizes inglesas e revolucionado os parâmetros do pop nacional com a miscigenação de Selvagem?. A Legião Urbana, por caminhos diversos, arrastava multidões Brasil afora promovendo catarses coletivas, mas já estava virando a página da primeira fase de sua carreira. Em 18 de junho daquele 1988, Renato Russo, Dado Villa-Lobos, Marcelo Bonfá e Renato Rocha tinham passado por uma experiência modificadora: o desencapado show no estádio Mané Garrincha, em Brasília, com 50 mil pessoas quase fora de controle, 60 detidos e mais de 200 machucados.

Um dos entrevistados ilustres do programa, o ainda tímido Bussunda, então recém-contratado como redator da “TV Pirata”, não perde a piada politicamente incorreta. Diz que gostaria ter estado no tumultuado concerto: “Rock’n’roll é isso: é garra, força, luta!”. Pano rápido, sobem som e imagens de “Será”, para delírio da galera no Teatro Fênix.

Legião Urbana e Paralamas Juntos é cheio de detalhes como esse: informa e encanta também nas entrelinhas, com várias surpresas na manga. De cara, as referências musicais do pós-punk, filiação maior das duas bandas, são traídas pelo classic rock: “The Song Remains The Same”, do Led Zeppelin, chacoalha a vinheta de abertura, e os trabalhos são abertos com acordes de “Purple Haze”, de Jimi Hendrix, costurados em “Ska”, dos Paralamas, para desembocar em “Get Back”, dos Beatles. No gran finalem com todos no palco tocando “Ainda É Cedo”, Renato Russo puxa “Jumpin’ Jack Flash”, dos Rolling Stones.

Claro, o trio liderado por um Herbert ainda cabeludo não deixa de usar seus trunfos brasileiros. A empolgante versão de “Alagados” apresentada cita “De Frente Pro Crime”, de João Bosco e Aldir Blanc, e uma das maiores pérolas do repertório é a interpretação de “Depois Que O Ilê Passar”, clássico carnavalesco do bloco afro soteropolitano Ilê Ayiê. Alguns rebolam meio sem jeito, mas nenhuma cintura fica indiferente. Um dos charmes da novela Fera Radical, Cláudia Abreu, ainda menor de idade, dá um depoimento gracinha, porém bem informado, que detecta um contrabando de lambada no sacolão de ritmos dos Paralamas. Garota esperta.

Creditado simplesmente como “autor de Bebê A Bordo”, o também sagaz Carlos Lombardi saúda com discurso totalmente oitentista: “Os dois conjuntos são tipicamente urbanos, têm a cara do Brasil de hoje”. Do alto de seus 29 anos, o enfant terrible que vinha renovando as novelas desde 1982 elogia a simplicidade “que não se opõe a sofisticação”. Tony Ramos, por sua vez, admite não conhecer muito, mas confessa que está descobrindo “coisas ótimas nas letras e nas atitudes deles’.

O jornalista e político Fernando Gabeira, câmera fotográfica a tiracolo, Lagoa Rodrigo de Freitas ao fundo, elogia a musicalidade e o trabalho de pesquisa sonora dos Paralamas, mas deixa escapar certo fascínio pela indignação coletiva catalisada pelos hinos da Legião Urbana. De fato, as versões de “Que País É Este”, “Tempo Perdido” e “Eu Sei” são arrasadoras. Renato Russo, tão jovial e de certa forma ingênuo em algumas das frases selecionadas na edição – “a gente tenta não se envolver muito com a máquina para não se perder”, “a relação a dois é melhor quando o jogo do poder inexiste, quando a troca é completa” -, exala carisma e densidade dramática em cima do palco. Dá vontade de ter estado lá, dá saudade de outros shows presenciados à é oca.

A interação entre integrantes das duas bandas proporciona duas venturosas reinvenções. Renato Russo se joga, visceral, em “Nada Por Mim”, e manda às favas os tons cool da delicada parceria entre Herbert e Paula Toller. Na apoteose final, é a guitarra do líder dos Paralamas que se encarrega de anabolizar a clássica “Ainda É Cedo” com inédito e bem-vindo peso. “Vamos dar um tempo, um dia a gente se vê”, finaliza Renato Russo. Para os que estavam e para os que não estavam no Teatro Fênix na ocasião, o tal dia chega agora, com este DVD.

Esta edição de Legião Urbana e Paralamas Juntos inclui um CD de áudio com 12 faixas do show no Teatro Fênix, devidamente remasterizadas. Nos extras do DVD, há participações dos dois grupos no programa Globo de Ouro e ainda o clipe de “Que País É Este” feito para o Fantástico, jóia rara perseguida pelos fãs e que só é encontrada nas internet em versões mutiladas.

Pedro Só (EMI)
Abril/2009

Tracklist:

DVD:
1. Abertura - Legião Urbana e Os Paralamas do Sucesso
2. Será - Legião Urbana
3. Meu Erro - Os Paralamas do Sucesso
4. Tédio (Com um T Bem Grande pra Você) - Legião Urbana
5. Depois que o Ilê Passar - Os Paralamas do Sucesso
6. Tempo Perdido - Legião Urbana
7. Alagados - Os Paralamas do Sucesso
8. O Beco - Os Paralamas do Sucesso
9. Que País É Este? - Legião Urbana
10. Nada Por Mim - Legião Urbana e Os Paralamas do Sucesso
11. Dois Elefantes - Os Paralamas do Sucesso
12. Eu Sei - Legião Urbana
13. Ainda É Cedo / Jumpin' Jack Flash - Legião Urbana
e Os Paralamas do Sucesso

Extras:
1. Melô Do Marinheiro (Globo de Ouro) - Os Paralamas do Sucesso
2. Tempo Perdido (Globo de Ouro) - Legião Urbana
3. Alagados (Globo de Ouro) - Os Paralamas do Sucesso
4. Soldados (Globo de Ouro) - Legião Urbana
5. Ska (Globo de Ouro) - Os Paralamas do Sucesso
6. Será (Globo de Ouro) - Legião Urbana
7. Óculos (Globo de Ouro) - Os Paralamas Do Sucesso
8. Que País É Este? (Videoclipe do Fantástico) - Legião Urbana

CD:
1. Será - Legião Urbana
2. Meu Erro - Os Paralamas Do Sucesso
3. Tédio (Com Um T Bem Grande Pra Você) - Legião Urbana
4. Depois Que O Ilê Passar - Os Paralamas Do Sucesso
5. Tempo Perdido - Legião Urbana
6. Alagados - Os Paralamas Do Sucesso
7. O Beco - Os Paralamas Do Sucesso
8. Que Pais É Este - Legião Urbana
9. Nada Por Mim - Os Paralamas Do Sucesso/Legião Urbana
10. Dois Elefantes - Os Paralamas Do Sucesso
11. Eu Sei - Legião Urbana
12. Ainda É Cedo/Jumpin' Jack Flash - Legião Urbana/Os Paralamas Do Sucesso

EMI finaliza o novo portal da Legião Urbana


O endereço já está no ar para cadastramento dos fãs internautas

Os fãs da Legião Urbana poderão navegar, em breve, no primeiro portal oficial da banda, que entrará no ar completo no segundo semestre de 2009. O portal será interativo e, sobretudo, avalisado pelos leginários Dado Villa-Lobos, Marcelo Bonfá e herdeiros de Renato Russo.

O acordo entre as partes, desenhado via EMI Music desde meados do ano passado, possibilitou a criação do portal oficial da Legião Urbana que, até hoje, só existia na rede em sites de fãs e blogueiros.

Cifras revisadas pelos músicos, cronologia, discografia, memorabilia dos Legionários e muitos outros arquivos estarão disponíveis de forma digital e legal, pela primeira vez. Quem quiser colaborar com o projeto e se cadastrar desde já, basta acessar o endereço www.legiaourbana.com.br, já ativado.

Site: www.legiaourbana.com.br